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Contribuição à semântica dos tempos históricos




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Neste livro, Koselleck rastreia principalmente o surgimento do conceito moderno de história, para ele a mais importante inovação conceitual da modernidade. Até meados do século XVIII, o termo história (em alemão, Historie) era sempre usado no plural para designar narrativas particulares, como a história da Guerra do Peloponeso, a história de Florença, a história da Igreja. A função dessas narrativas era prover exemplos de vida a serem seguidos. O Iluminismo altera essa relação do homem com o tempo. No lugar da Historie, entra a Geschichte, termo da língua alemã que designa uma seqüência unificada de eventos que, vistos como um todo, constituem a marcha da humanidade. Toda a humanidade inclui-se agora em um único processo temporal. Abre-se o caminho para a criação da filosofia da história, que pretende apreender o passado, o presente e o futuro como uma totalidade dotada de sentido. É da gênese - e dos limites - da modernidade que se trata este livro fundamental.
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[Sobre o Autor] Faleceu em fevereiro de 2006, aos 82 anos de idade, Reinhart Koselleck, um dos mais eruditos historiadores contemporâneos, principal construtor da História dos Conceitos [begriffsgeschichte]. A contraponto já havia editado "crítica e crise", sua tese de doutoramento. Agora, junto com a editora da PUC-RJ, apresenta a primeira edição em língua portuguesa dessa coletânea de obras-primas que formam, em conjunto, uma notável reflexão sobre o tempo histórico. Renhart Koselleck nasceu em Gorlitz, Alemanha, em 23 de abril de 1923. Terminou seu doutoramento em 1954, apresentando a tese "crítica e crise", lançada no brasil pela contraponto. Sua obra dedicou-se, antes de tudo, a investigar a teoria da história e os principais aspectos da história moderna e contemporânea. Foi professor nas universidades de bochum, heidelberg e bielefeld. Foi coautor do monumental geschichtliche grundbegriffe. Historisches lexikon der politisch-sozialen sprache in deutschland, um dicionário histórico dos conceitos político-sociais fundamentais da língua alemã, em nove volumes, publicados entre 1972 e 1997, que teve como principal objetivo conhecer a dissolução do Mundo Antigo e o surgimento do Moderno por meio de sua apreensão conceitual'.
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Koselleck rastreia principalmente o surgimento do conceito moderno de História, para ele a mais importante inovação conceitual da modernidade. (...) Como diz Marcelo Jasmin na apresentação desta edição: "se as histórias (no plural) guardavam a sabedoria acumulada pelos exemplos do passado para servir de guia à conduta presente, evitando a repetição dos erros e estimulando a reprodução do sucesso, a história (como um singular coletivo) tornou-se uma dimensão inescapável do próprio devir, obrigando toda ação social a assumir horizontes de expectativa futura (...) Não se trata tão-somente de uma alteração nos significados tradicionais, mas de uma verdadeira revolução nas maneiras de se conceber a vida em geral, de imaginar o que nela é possível ou não, assim como o que dela se deve esperar. é este um dos sentidos em que a história conceitual de Reinhart Koselleck vai além da pesquisa etimológica ou filológica do conceito. Ela é uma pesquisa da consciência humana no seu enfrentamento com as condições de possibilidade da existência, daquilo que se é e daquilo que se pode vir a ser." é da gênese e dos limites da modernidade que estamos tratando neste livro fundamental.

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